Soneto XXVII (glosa a um verso de D.Tomás de Noronha)
seja eu o enganado que lamenta
e vague errante a procurar por onde vou
perceba o instante só no instante q passou
desencantado padeça a morte lenta
registre o ganho onde a perda se apresenta
descubra a pista que a fortuna colocou
e que a vista que sempre me enganou
mais uma vez me guie pra tormenta
sacrifique em vão o filho amado
conquiste a chaga do primeiro irmão
imite o capitão que queima seus navios
prefira, enfim, negar o ser crucificado
e a amizade de quem tentou Adão
"se meus olhos por ti mais forem rios"
e vague errante a procurar por onde vou
perceba o instante só no instante q passou
desencantado padeça a morte lenta
registre o ganho onde a perda se apresenta
descubra a pista que a fortuna colocou
e que a vista que sempre me enganou
mais uma vez me guie pra tormenta
sacrifique em vão o filho amado
conquiste a chaga do primeiro irmão
imite o capitão que queima seus navios
prefira, enfim, negar o ser crucificado
e a amizade de quem tentou Adão
"se meus olhos por ti mais forem rios"